quarta-feira, 28 de maio de 2014

Com 3 meses de Gus....

(por favor, se acha que é uma super mãe, daquelas que está moda lá em Portugal, que são hiper a favor da amamentação, que têm teorias de cágado, que acham que sabem mais que os médicos, se lêem tudo sobre bebés e maternidade, etc...é favor não ler o texto)

Bom, acho que é altura para desabafar sobre o que acho sobre gravidez e a maternidade no meu ponto de vista.

Gravidez
- não li nada, não sabia de nada, coisa que chocou o médico, porque agora eles já não explicam nada.
- fomos aprendendo com o médico e a frase "vem no pacote", é o que ouvi sempre que aparecia um drama, como estar inchada ou enjoada...
- passei 4 meses enjoada, desde o acordar ao deitar, por isso passei uma fome imensa
-quando os enjoos  passaram passei a inchar, e atenção, engordei muito pouco e tive uma barriga do tamanho de 4 meses.
- Tinha as pernas e pés tão inchados que só os chinelos cabiam
- às 29 semanas decidimos fazer o final do ano em Vilanculos, com uma estrada tão má, que o Gus ameaçou nascer, só aí abrandei, até lá, fazia tudo.
- Não gostei de estar grávida, a sério, não gostava. Passei bem, não aumentei, não estava feia, mas não gostei, gostava que o Gus se mexesse, mas não dava pulos de alegria. Para dizer a verdade até achava estranho quando me aleijava.

Com a gravidez fiz uma tese sobre "como os humanos não estão preparados para engravidar", senão analisemos....não vejo um elefante a dizer "ah e tal estou tão inchada que me doí tudo", ou uma leoa a enjoar de carne...somos fraquinhas, somos mesmo.

Parto.
- a coisa mais violenta de sempre
- nada de coisas para tirar as dores, tudo muito simples, nada de coisinhas e de dramas e a frase era "todas nós tivemos assim e tu também consegues"...consegui, mas fiz um drama, e nem um grito.
- tive sem o Ar a assistir, não foi um momento mágico como falavam, porque o Gus não respirou, foi um momento de pânico e de susto
- bebé nasceu, e tive uma grande pediatra, com mãos mágicas.

Maternidade
- Não amamentei
- Não fiz qualquer aula
- não li qualquer teoria
(calma super mães....não precisam de avisar já a protecção de menores).
- No inicio não sentia qualquer coisa, apenas a necessidade de protege-lo. Não sentia o amor avassalador que todos falam, apenas queria dar-lhe conforto. (vá, fiquem chocadas)
- depois, comecei a entrar no ritmo de ter um bebé e de perceber que as minhas rotinas tinham que ser alteradas....quando percebi isso, entrei logo noutro espírito.
- quando me perguntam pelo Gus, nunca digo nada de especial, apenas que faz tudo normal dum bebé de 3 meses, olha, ouve, sorri, abre e fecha as mãos...e mais nada. Sim, o meu bebé não é avaliado pelo percentil e coisas assim para compararem as evoluções e dizerem que são pequenos génios.
- O Gus foi apanhar sol para a piscina com 1 semana, e com 1 mes foi para o Tofo e foi à água. E para a semana vai ao Kruger, vai conhecer animais, mesmo que nem saiba o que é isso.
- O Gus é lambido pelos meus cães, e é acordado e assustado muitas vezes pelo ladrar deles.
- O Gus só sabe o que é cama à noite. Durante o dia dorme no sofá, ou onde está com luz, e barulho. E não se queixa
- O Gus come a horas certas, certinhas.
- O Gus é apertado e estrafegado por outras crianças, e anda de colo em colo, mesmo estando sempre a refilar que não quero que o embalem.
- Detesto acordar à noite, não gosto. Não é bom, nem quando ele sorri. Não gosto, e por mim dormia 8 horas seguidas.
- não gosto que mexam no Gus quando não conheço. Não gosto, nunca gostei nem com as minhas sobrinhas. Não gosto. Sou esquisita.
- Adoro saber que ele se cala quando está ao meu colo.
- E fraldas? detesto. Não me venham dizer que não se sente o cheiro.
- O Gus está sempre limpinho e cheiroso. Não gosto de bebés porcos, nem fedorentos. Cheira a bebé, e anda sempre todo giro e simples.
- e o amor??? o amor crescente sobre aquela mini pessoa? É a coisa melhor que pode acontecer, sentirmos uma amor a crescer e saber que ele está a crescer, e que só peço que seja feliz!

E pronto, é isto. É a minha visão se ser mãe com um filho de 3 meses. Não quero ser uma super mãe, quero ser mãe. Não mamã (até porque seria a gozação dos meus pais), simplesmente mãe. Olhar para ele e ele saber quem sou eu, a mãe dele.


2 comentários:

  1. Olá!
    Já sou leitora do blog há algum tempo (adoro ler blogs de expatriados).
    Hoje tive mesmo de comentar...Adorei!!!
    Fartinha de blogs de super-mães e super-bébés :)

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  2. Fantástico! Felizmente há mães que se assumem por aquilo que realmente são: mães!

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