terça-feira, 30 de setembro de 2014

A dupla D&G

De manhã chega a Dina.
Eu ainda tinha o intercomunicador ligado, O Gus estava acordado, mas ainda não tinha refilado...e ouço..

"Olá Gústavu, dúrmiste béém? E tivéste saudades minhas? Eu tive, vamos bébé, vamúsh beber o leite..."

(o carinho com que ela fala com ele, e ao falar normal é para mim impagável!)

Aos 7 meses

Baby Gus dá-nos como prenda uma noite em branco, a primeira de todas.
Está constipado, e a dificuldade em respirar deu para choramingar o tempo todo.

E o que nós achámos disto?! Uma maravilha, nem reclamámos sempre que nos levantávamos nem nada, nem dizíamos asneiras, nem soprávamos para o ar, nada. Adorámos a experiência. Agora podem devolver-nos o nosso filho, o das 12 horas a dormir, já sabemos o que os outros sofrem e respeitamos muito.




quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Então e já anda?

Normalmente não falo do Gus com ninguém, a não ser amigos próximos, ou quando tenho alguma dúvida.

Quando me perguntam, a resposta é sempre a mesma "está bom, come e dorme, como qualquer bebé"

E acabam sempre por me perguntar
"e já gatinha"
"e anda?" (com 6 meses)...

E a minha resposta é sempre...Não, ele prefere mesmo não fazer nada. Rebola e já vamos com sorte.

(o Gus é um bebé muito atrasado, tadinho, com 6 meses ainda sem andar, francamente!)

Aos quase 7 meses

Baby Gus tem um bico na gengiva. Diz que é o inicio de um dente...pelo que eu vejo, é o inicio de uma vida de baba e de choro.

A pergunta mais frequente

Estou numa reunião
- "onde deixas o teu filho?"

vou de viagem
"o teu filho ficou com quem?"

vou a um jantar de trabalho
"o teu filho está com quem?"

Calma, amigos, não sou pessoa para deixar um bebé de 6 meses sozinho. Não sou assim tão má mãe, sou só uma mãe trabalhadora!

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Tudo se resume a isto

Tento fazer (pela primeira vez) a minha lista de sonhos....
e dos 20 pontos feitos até agora, 15 são viagens.


Pergunta da semana

"Como se come um elefante?!"

(pergunta do chefe perante a minha cara de choque com as mudanças....)

"com uma dentada de cada vez!"


Um pouco do meu trabalho


Andar nos mercados informais é uma das minhas funções.


Pérolas

"deus não conhece dificil"

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

À Ália

Ália,

vi-te na festa, não relacionei quem poderias ser. Como viste, fiquei assim para o parada quando foste ter comigo, quando acordei, ainda fui ao estacionamento para falarmos, mas já foi tarde. Muito obrigada e desculpa lá a minha cara de parva perante a tua intervenção, não estava mesmo nada à espera!


Um salvamento à Missão impossivel

Na sexta- feira estava na sala de embarque, eu mais umas 100 pessoas. Tudo na sua vida de passageiros, uns a ler, outros a conversar, outros nos seus computadores, pronto tudo normal.
Até que ouvirmos um grito, uma espécie de "aiiiiiiiii", olhámos todos, cerca de 100 pessoas, e todos fizemos um ahhhhhhhhh de assustado...


Uma criança com os seus 4/5 anos pos o pé na escada rolante de fora, (entre as letras e o desenho da relva) e ficou presa.
Em segundos, homens chineses correram para ao pé da menina, mas já não a conseguiram apanhar....e só gritavam e gesticulavam para saltar...e menina gritava e nós todos parados a ver como isto ia acabar....até que onde está o K em vermelho a menina decidiu saltar...
Decidiu já muito tarde, ali já era de uma altura assim para um segundo andar. E foi nesse preciso momento, que a menina ia saltar, outros 2 chineses foram por trás e apanharam-na. Assim à filme!

Os chineses foram recebidos com um enorme aplauso, assim à super-homem.

Eu fiquei em pânico e reagi como normalmente reajo nestas situações, nem me mexi.

E estão a perguntar pela mãe?! Essa nunca a vi, nem deu o ar da sua graça!!!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

9 pessoas à mesa para almoçar

e só uma não está a mexer no telemóvel.

descubram quem?!

Eu! Que continuo a achar uma falta de educação estar a mexer no telemóvel quando se está à mesa. Mas, pelos vistos sou só eu!

(atenção, uma coisa é responder a uma SMS, outra é deixar o telefone em cima da mesa e estar sempre a enviar mensagens e ver o FB.)

Aquele momento...

Em que estamos numa reunião formal, toda com executivos, e ao tirar o cabo para carregar o telemóvel, salta uma chucha para o meio da mesa e que diz "KISS ME"...

(vou ali afogar-me!)

Em Joanesburgo

Esta gente é estranha:

-começam a trabalhar pelas 7 da manhã
- às 15h está tudo a sair
- ninguém pára para almoçar
- passam a vida a beber café e chá
- vai tudo vestido de modo informal, demasiadamente informal, até para mim.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A Dina e Gus

(esta grande dupla)

Chego a casa e vejo o Gus na cama estendido, sossegado, assim parado.
Salto para a cama para brincar, e demora a reacção...
E digo "Dina, ele está doente?"
-"Não senhora, está a ouvir música"

(e de grande categoria, assim do nível Leandro e Leonardo em brasileiro )

As diferenças de vacinação

Aqui
- chego, dispo, dou uma perna e tau, dou a outra e tau outra vacina, toma lá algodão e segue a tua vida.

Em Portugal

-chego
- Enfermeira deita o Gus na maca e dá um beijo na perna
- tau
- fala com meiguice  e coloca um penso colorido na perna.(um luxo)

Quando o Gus desata a chorar digo com piadola "não fui eu, foi a enfermeira, deixa que quando voltares partes qualquer coisa..."

Resposta da enfermeira - "ahaha, a mãe tem piada, nada de dramas, precisamos mais assim!"

Frases que ouvi lá na "metrópole"

- tens bacalhau lá?
- estás mais gorda, ein?
- o quê? O Gustavo ainda não come carne?
- e iogurtes?
- vais para a praia o dia todo com ele?
- mas o Gustavo está a dormir e tu estás aqui fora e não te faz impressão?
- há queijo?
- mas o que comes por lá?
- e a guerra?
- aproveita, que lá não tens nada disto.
- com 5 meses e só começou a comer sopa agora? ah, o meu com 2 meses já comia.
- e não faz nada? o meu faz malabarismo....


O casamento do Verão

Foste sem qualquer dúvida a noiva mais exigente que já vi na minha vida.
Quiseste tudo, e tiveste tudo, mas se tiveres oportunidade ao analisar a festa, vais encontrar mil erros.
Estava tudo maravilhoso, com imensos pormenores, tantos que não cheguei a ver todos.
Como sabes, sou simples e nem metade das coisas eu ligaria, mas tu, conseguiste ter tudo perfeito, com tudo, o que sonhaste. Conseguiste fazer-me sorrir e chorar, por ti, por saber o que sentias, por saber o quanto querias esta celebração.

Foi um imenso prazer poder ter estado nesta tua/vossa festa. A distância não muda a nossa amizade, e isso torna-te especial para mim.
Obrigada por me teres adoptado no grupo das Girls' e de todas terem sido impecáveis comigo e com a minha esquisitice e claro a parte maravilhosa das mosqueteiras se terem reencontrado!





Sejam felizes, sempre!




 

Pérolas

Pensavam que era só aqui que havia erros?!

"preguntando começa-se a aprender"

No toys r' us do Forum Almada.

(estão a ver o que acho das crianças que vão passando de ano e que não preenchem os requisitos mínimos do 4º ano, saber escrever sem erros )

terça-feira, 9 de setembro de 2014

A feira de Corroios

Nada muda.

Mas este ano notei uma coisa. Parece que há uma necessidade de se evidenciar a chungaria. Não se ofendam ao ler isto, mas a verdade é que não sei de onde aparece aquele conjunto de pessoas. É que é gente da pesada, gente que não sei onde moram, com quem convivem.
Não digo que tenha visto violência, porque não o vi. Mas a verdade é que vi só com um ar meio chunga, com o ar de sujidade, com os bonés horríveis que fazem uma cabeça enorme, e as miúdas com um ar de "usado".

Não levei o Gus, logo não entrei no grupo de "pessoas que levam bebés e os seus carros para a feira", nem fui arranjada por isso também não sou "uma miúda que vou ao engate", mas digo já que a feira de Corroios podia ser alvo de uma análise sociológica profunda.


Bullying familiar

Todos perguntam o porquê de estar sempre a dizer que sou mãe, e não mamã.

Passo a explicar.
Na minha casa, um dos bullying familiares era chamar mamã à minha mãe. Isso ou ouvir na rua.

Quando ouvíamos, os meus pais olhavam imediatamente um para o outro e com uma cara de gozo diziam "quando crescer quero ir para filetes"....
Na verdade nunca soube o que era isto, mas sabia que os meus pais gozavam com qualquer criança que dissesse Mamã ou Papá, por isso nunca quis que o Gus me chamasse de Mamã.
Para o Gus sou mãe, só mãe, e no meu fundo já o ouvi dizer mãe. Isso ou um som parecido, mas se todos ouvem mamã, eu posso dizer que ouço mãe, ou não?!

(este ano perguntei à minha mãe, que raio era isto dos filetes, e a resposta foi "era um anúncio parvo de peixe, onde a pescada dizia isso para a mãe peixe....")

Tenho tanta pena de não ser uma emigrante "gozável"

Bem sei que os emigrantes franceses serão sempre o nosso gozo favorito.
Os fios, a maneira de falar em frances com sotaque, o ar provinciano...

Este texto é tão bom, mas tão bom que dei por mim a ter inveja de não estar num país onde se possa gozar! A sério, como gostava que gozassem connosco. Nós que já africanizamos a nossa fala, já dizemos "estou a pedir", "estou a vir", "estou a djobar"...entre outras.

Para quando um a falar de nós ein?!

""Jean Michelle Oliveira, vem já ici à mãe se non levas uma chapade tout de suite, que até arrotas a fromage"

Esta é das frases mais ouvidas nas nossas cidades quando chegam as manadas de Mercedes apinhadas de emigrantes, geleiras e bandeiras de Portugal encardidas. Os emigrantes são espécimes de trato fino e requintado. Os emigrantes são visionários, já tinham SWAG antes de ser moda. Os emigrantes pensam que uma t-shirt com mangas à cava, um boné com pala dobrada e uns óculos escuros espelhados, ainda estão a bater bué em Portugal. Eles sofrem do síndrome de Peter Pan, especialmente na forma como se vestem à menino gueto dos anos 80. Esse bom gosto reflecte-se também na forma de como alteram os carros, conseguindo tornar automóveis como Mercedes e BMW numa espécie de unhas de gel com berloques e quatro rodas. Ter um bom carro é sinal que a vida lá fora está a correr bem, mesmo que esse carro esteja ainda a ser pago e tenha sido comprado em 2ª mão. No caso das matrículas do Luxemburgo e da Suiça o Porsche já é uma constante, qualquer mulher a dias ganha mais que um Engenheiro por cá, mas nós dizemos que os burros são eles.

As emigrantes já nascidas no estrangeiro são um misto de Ana Malhoa com Ágata, também nos anos 80. Faltam-lhes alguns dentes e gostam mais de ouro que as ciganas. Os rapazes parecem saídos do laboratório que criou o Cristiano Ronaldo, parecem as versões iniciais que saíram todas deficientes e feias porque os geneticistas ainda não tinham acertado na medidas. O penteado à cortinado ou em crista são as únicas opções viáveis e o crucifixo branco mate que brilha no escuro é imprescindível, já que é sabido que Deus vê mal à média luz.

Poder-me-ia alongar muito mais a descrever os emigrantes e a forma como se comportam e como conduzem como quem está com vontade de fazer cocó, mas isso já foi feito tantas vezes, caricaturado tantas vezes que provavelmente eu não acrescentaria nada. Por isso digo apenas que os emigrantes são sobretudo portugueses. Portugueses que precisaram de ir embora e ainda assim, depois de serem expulsos por um país que não lhes deu oportunidades nem os tratou bem, continuam a tê-lo no coração. A fazer milhares de quilómetros para vir visitar os seus. 


Chegam com um sorriso no rosto desenhado pela saudade e partem com ele, mas com uma lágrima a antecipar o frio de Paris, Berlim e do vazio que fica dentro do peito

Vão de volta para as suas novas casas, os seus novos países, onde vão contar a toda a gente que conhecem por lá como foram as férias e como Portugal é o país mais bonito do mundo. Como a comida é divinal e como o fado é bonito, apesar de só ouvirem Tony Carreira. Nós gozamos com eles, porque a maioria é bimbo, tal como a maioria dos portugueses que temos cá são. Somos um países de bimbos e digo-o sem tom pejorativo. Mas eles tiveram os tomates no sítio, elas também metaforicamente, apesar de à primeira vista pelo bigode poder parecer que têm mesmo tomatada. Tiveram-nos no sítio para ir à procura de uma vida melhor e deixar tudo para trás, enquanto tantos outros passam o dia no café a dizer que a culpa é do Passos Coelho. E é. Mas é mais de quem votou nele.

Emigrar é uma boa solução, diz o nosso primeiro, e é, mas é quando não se vai com uma mão à frente e outra atrás, a sentir que se deixou cá mais que a roupa. Daqui a uns anos os emigrantes que nos vêm visitar vão ser diferentes dos de hoje em dia. Já não vamos gozar com eles porque vão saber falar bem, escrever, comportar-se e ter as maneiras de um doutor ou engenheiro, de uma enfermeira ou um advogado. No entanto são os mesmos, foram pelos mesmos motivos que todos vão, tiveram que partir porque Portugal continua a tratar mal os seus. Mas a culpa é nossa, que o tratamos pior que o Paco Bandeira tratava a mulher e o deixamos ao cuidado de uns filhos da putasó porque pensamos que o fato e gravata é melhor que a camisa aberta e o fio de ouro.

Ser emigrante é ser português e ser português é ser um bocado bipolar no modo em como se começa um texto a gozar e se acaba em tom sério às 2 da manhã. 
Uma boa quarta-feira, que para todos os efeitos é quinta, porque sexta temos a única coisa que a religião feita pelos homens tem de bom, feriados."

A imagem do meu país (vista por uma emigrante)

Como sabem só vou a Portugal uma vez por ano.

Este ano tive a oportunidade de analisar factos do nosso modo de viver.
Apesar de vivermos com mais que as nossas possibilidades vi este mês inteiro, restaurantes cheios, hotéis cheios de Portugueses, centros comerciais cheios (e pessoas com sacos de compras), tudo com telemóveis de topo (ainda não percebi o porquê desta doideira).

Sinceramente, se me disserem que o nosso país deve para catano ao estrangeiro e que todos deviamos mudar o nosso estilo de vida, concordo. Eu emigrei, por isso não posso criticar. Mas a verdade é que não vejo mudanças. Ou até vejo, mas naquilo que acho que é prioritário, na comida. Na comida nunca poupei, nunca! Não consigo perceber como se vive de enlatados e depois se vai 2 semanas para o Algarve, não faço isso, são prioridades erradas.

Continuamos a querer mostrar o exterior, mostrar o luxo, quando não passamos de uns pelintras e enquanto não mudarmos isso, nunca conseguiremos melhorar.

Ps- Este ano, ao menos encontrei todos os medicamentos que precisava, ao menos isso.

Constatação do ano

Noto que uma grande percentagem das crianças em Portugal são gordas.
Ups! Corrijo, são largas, têm ossos pesados.

Coisas da moda em Portugal

-  Paez
- telemóvel de topo de gama
- calções minusculos
- barrigas à mostra
- uns sapatos com sola de borracha e tiras largas que parecem os sapatos anos 90
- as gangas dos anos 80, horriveis
- etc

noto que sou uma mãe diferente...

quando chego à praia, quando está tudo a regressar a casa.

E o engraçado, é ver a cara das mães chocadas pelo facto de levar o meu filho àquela hora. A maluca da mãe irresponsável, que não sabe o que está a fazer. E eu a pensar "malucas que trazem os miúdos com frio".

Gus vai todo equipado, com creme, chapéu e uma t-shirt térmica, e claro sempre na sombra.  

6 meses de Gus....

É mesmo,

esta criança fez 6 meses e passou a comer papa, sopa e fruta...Está gordo e é um querido para todos. Conseguiu conquistar toda a família e amigos com o seu sorriso e pelo seu ar pachorrento. O Gus alinhou em tudo connosco. Quando digo em tudo, até num casamento até à 1 da manhã, e até dançou.
Ele foi bares até às 2 e tal da manhã, com sestas mal dormidas, com tudo o que não se deve fazer e mesmo assim, o Gus portou-se como um verdadeiro elemento da família!





As férias

Um mês em silencio...

Foi um mês (resumidamente)...
- Fomos aos médicos todos
- Fomos à Isla Mágica
- Fomos para Portimão
- fizemos todos os exames ao Gus
- fomos a um casamento
- Fomos para o Luso
- Fomos para a Quarteira
-Fomos para o Alentejo

E pronto, e não fiz nada. Assim nada de importante. Não cozinhei uma única vez, Andei todos os dias no laréu e o mês passou a correr.


Vamos lá para um novo arranque. Mais um ano de emigrante!