quinta-feira, 16 de junho de 2016

A paz

Demorei muito tempo a chegar a este estado. Um estado de paz, um estado de sossego, um estado de me identificar comigo mesma.
Nunca o disse, mas a vinda do Gustavo foi assustadora para mim e reflectiu-se no meu bem estar. Estive muitos meses triste, muitos meses a fugir a este sentimento e nunca o admitir. Hoje, com a distância do tempo, consigo dizer que não estive bem, e que demorou quase 2 anos para recuperar.
Hoje olho para trás e vejo que não aproveitei o facto de ser mãe, a felicidade que todos falam. Não o tive. Não o tive por muitas razões. Demasiadas mudanças na minha vida, fizeram com que me fosse abaixo. Não tenho vergonha de o dizer, fui mesmo ao fundo. Sozinha consegui sair, poucas pessoas souberam desta minha tristeza, e poucas se disponibilizaram a ajudar. o dia a dia era uma conquista. Devagar fui saindo do buraco, pouco a pouco um sorriso, lentamente uma saída, e a vontade de voltar a mim chegou.
Hoje consigo ver o longo caminho que percorri. Estou feliz, não tenho qualquer problema em o dizer, sou feliz. Com as minhas inseguranças, com os meus medos tão caracteristicos de mim, mas com vontade de lutar. Voltar atrás nunca mais.

Estar triste nunca me definiu, sempre fui alegre, com humor, lutadora, e quando me vi neste estado não soube reagir. Deveria ter pedido ajuda, mas a verdade é que não entendia o que tinha, afinal tinha um filho perfeito, uma casa e um trabalho que sempre quis. Isso é que todos sabiam, por de trás disto tinha muita coisa que não se sabia (nem o vou contar), e é muito dificil viver nestes dois mundos. Hoje olho para trás e vejo o que mudei, como consegui alterar tudo o que era negativo na minha vida e expulsar tudo e todos que me faziam mal. 

É a paz, consegui perceber que tenho de ser sempre eu a lutar por mim. Para conseguir ser feliz, para poder ser uma boa amiga, namorada, e mãe... hoje posso dizer que o consegui, demorei, mas consegui.

Vou ser feliz!

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