terça-feira, 28 de junho de 2016

A fé dos outros

Já o disse qui, e em outros sitios que não sou crente. Não acredito em nada. Nada me move, quanto mais leio, mais certezas tenho que nada existe. 
Atenção, não confundir as minhas palavras com falta de respeito para com outras pessoas que acreditam em algo supostamente maior.

No Domingo, voltei à casa do Gaiato, nunca vou à missa e tanto a Irmã como o Padre já perceberam. Nunca me questionaram, mas já perceberam que não acredito, ou acham que eu ainda me vou encontrar e que um dia passarei a frequentar.

Neste Domingo, houve uma despedida, onde os Gaiatos fizeram umas danças tradicionais. Uma coisa linda de se ver. No fim houve um discurso, um discurso sobre a Fé, a fé de se voltarem a encontrar. Não a tenho, não sinto fé, não sinto necessidade de ter algo em que acreditar, mas vi ali a bondade, a esperança nos olhos daqueles miúdos. Ali eles aprendem a terem fé, porque ali, naquela casa, só com fé é que se mudam os destinos deles. E têm conseguido. Não são uns coitadinhos, nasceram e tiveram o azar de terem uma familia sem amor/ condições, mas ganharam ali uma nova familia, uma nova oportunidade. Por eles eu tenho fé, a fé de os ver a trabalhar, a terem conquistas pessoais e a construir uma familia. A familia deles.

Vejo no rosto deles quando fazem a benção da comida. Vejo a fé deles, de olhos fechados e a pedir sempre apoio a um deus que nem sempre esteve presenta na vida deles. Está agora, acreditam eles, e eu acredito que tenho muita sorte em poder vivenciar estas experiências com o Gus e de ambos vermos a vida a mudar todos os dias!!!

É a fé que os move. Não vejo isso em mim. Alimento-me de outro tipo de fé, na dos homens, com cara e corpo, onde podemos tocar e ver. No fundo todos temos fé, apenas a usamos de maneiras diferentes.

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