Ontem lá chegou mais uma remessa de coisas para o nosso movimento.
A Vera e o João Pedro iam instruidos do que dizer, e para passar tudo sem ninguém chatear.
Informo que estes dois amigos são turistas,e que como entrada de um país tiveram logo uma abordagem currupta do país!
Bom, estava eu a dizer....malas e coisas para dar.
A Vera vem buscar-me para eu explicar ao senhor da alfandega (que recusou ser identificado), o que eram aquelas coisas. E que os passageiros só podiam transportar "coisas pessoais". E que roupa de bebe não era pessoal.
Tentei explicar que era tudo usado, tudo para dar, e que algumas coisas eram para mim.
Continuou a dizer que não, que nada passaria. E acabou por dizer, "2 mil meticais está bom?". Irritada disse, desculpe, mas não vou pagar nada disso, nem tenho dinheiro e além disso é tudo usado. Não vou pagar nenhuma taxa por roupa usada...
Ao ver que eu não mudava de ideias mandou-me sair porque estava a causar problemas.
(2 mil meticais é só metade do ordenado minimo cá, e se o governo acha que uma pessoa vive com 4mil, então imaginem o que é dar 2mil de refresco).
O João Pedro, irritado, então diz "olhe fique lá com as coisas, para nós é lixo...."... conseguimos passar com tudo.
Agora alguns comentários.
- Este país não trata bem os turistas.
- Esta alfandega, não se preocupa com as ilegalidades, desde que paguemos o refresco.
- Se todos fizermos o que é legal, acredito que isto mude, tem que mudar.
- Trazermos roupa para darmos, usada, mais alguns brinquedos é no mínimo um motivo de agradecimento ao outro. Trazemos não por pena, não pela solidariedadezinha...trazemos porque acreditamos que podemos ajudar, acreditamos que estes gestos podem de facto mudar um pouco a vida das pessoas, e ao termos atitudes destas, só afugenta gente boa neste país.
A todos os que participaram deste movimento o meu obrigada! Prometo fotos quando abrir as malas.
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