quarta-feira, 17 de abril de 2013

As minhas sobrinhas

Ontem ao falar com a minha cunhada, dei por mim a pensar nas saudades que tenho das minhas sobrinhas.
Às tantas chorava, e só pensava que falta pouco para estar com elas. Mas as lágrimas continuavam a cair, como se precisasse de aliviar esta pressão.

Penso que todos já perceberam a ligação forte que tenho com elas. Não sou mãe delas, porque não precisam, sou a Titi. E desde cedo aprendemos a estar umas com as outras e a compreendermos-nos.

Sei que com a minha distância elas sofrem, sentem a falta, mas nunca falamos sobre isso. Mas, chegou a um ponto que  as saudades já são de tal maneira que não dá para quantificar.
Quando saí de Portugal deixei-as crianças de 11 anos, e agora vou ve-las com 13anos. São adolescentes, e num anos e meio perdi tanta coisa.
Tenho saudades da nana me chamar Titiii, com entoação no último I, e com o som sempre da mesma maneira esteja eu ao lado dela ou do outro lado da casa. Ve ver a Carolina a abanar a cabeça quando faço algum disparate. De chamar a atenção a Nana para não correr em casa. De ver a Carolina sempre com os meus pijamas, e de fazer questão de dormir na minha cama, já  a Nana não abdica da sua cama, e de refilar com todos quando acorda.
Tenho saudades de comermos crepes de de contarmos os segredos. De sairmos e termos o dia do filho único. De passear na rua com elas e notar que todos acham que sou mãe delas, mas que a Nana é muito diferente de mim e de eu dizer que sai ao pai, e dos risos que vem dai.
Saudades de dizer à Nana que ela é especia, sensivel, e que é inteligente, mesmo quando o cérebro mau está ligado.
Sinto a falta da minha Carolina, que é igual a mim, que até assusta, e que só em olhares conseguimos ver o que sentimos.
De ver a Nana, a escolher cores escuras, o meu orgulho, uma vez que a mãe sempre vestiu cores claras. E de a Carolina ser a menina  atinada de nós as três.
De poder sair com elas, ir a exposições, a restaurantes, de fazer festas, de poder conversar, de poder refilar, de ensinar, de sensibilizar, de ver televisão, ou simplesmente estarmos juntas, é isso que mais sinto falta.
Tenho saudades de ver o tom carinhoso com que elas falam com os meus pais.
Tenho saudades das surpresas, como eu aparecer na escola, ou no geres, ou irmos acampar de surpresa. Sinto saudades delas, e neste momento as fotografias não me chegam, preciso delas, do cheiro dela, da pele delas, do riso delas.
São as minhas sobrinhas, as minhas meninas, sem elas tenho a certeza que seria uma pessoa pior. E nós as tres aprendemos tanto umas com as outras. Chama-se a isso Amor, e ao Amor não podemos quantificar, apenas sentir.

E vendo bem, faltam três meses para nos vermos. E eu só peço isso, que o tempo passe bem rápido, pelo menos stres 90 dias, depois pode abrandar assim para metade.

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