quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Ajuda que todos precisam

Aqui, como devem imaginar temos muita gente a pedir. Não sou pessoa para dar dinheiro nos semáforos. Prefiro ajudar de outras formas como dar roupa, ajudar em escolas, e melhorar algumas condições às pessoas.
Se é suficiente? Claro que não. O país vive numa pobreza extrema, que não é o meu gesto que vai fazer a diferença. Ajudo, porque fui ensinada assim. Não é caridade (de modo negativo), é sim olhar para as pessoas e pensar o que se pode fazer por aquela família que poderá ajudar.

No entanto, há duas pessoas que dou dinheiro diariamente (quando os vejo). Um rapaz sem duas pernas e sem um braço, que costuma estar numa cadeira de rodas na baixa da cidade. Este Rapaz tem um astral tão positivo. Sorri, fala, e é uma pessoa feliz. Não é um coitado. Até a maneira como conduz a cadeira de rodas tem animo.
O outro, um rapaz com paralisia, ou algo assim, tem o corpo todo preso e a cara deformada. E está sempre com um outro rapaz a empurrar a cadeira. Todos os dias o vejo e todos os dias o cumprimento, até hoje nunca tinha tido resposta. Nas últimas semanas o rapaz que empurra já sorri para mim e da-me os bons dias....mas hoje, hoje aconteceu a coisa mais bonita dos últimos dias.
Dei a moeda e disse o meu "até amanhã, adeus", e ouço um "obrigado senhora, até amanhã". Como não vi a boca do rapaz a mexer, fiquei em choque e olhei para o rapaz que está na cadeira. Assim que olhei para ele, ele estava a sorrir, estava mesmo. E eu acenei-lhe com um sorriso enorme àquele miúdo. Não sei ao certo o que ele tem, sempre pensei que nem falasse, tem o corpo inchado de não fazer qualquer uso dos músculos e tem a cara deformada. No fundo, fiquei tão contente por ele falar, por ele saber o que se passa à volta, que agora só penso que tenho de fazer algo a este miúdo. (sem invadir o seu espaço).

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