quarta-feira, 5 de junho de 2013

Conversas de restaurante....

Hoje conheci um português. Um senhor bem educado, e com a típica nostalgia que caracteriza qualquer português.
Disse-me que não conseguia estar mais que 3 meses cá e que tinha necessidade de voltar sempre a Portugal
Ouvi com atenção, e quando vi no olhar dele, que esperava um "também a mim", sai-me um verdadeiro "gosto de cá viver, sinto-me feliz aqui".
A cara de choque do senhor foi surpreendente. "A sério?", disse ele com surpresa.
Eu respondi o que de facto sinto "vim para cá porque não tinha condições para lá viver, porque o nosso país não nos aceita, e aqui consigo ter qualidade de vida." e acabei com "para mudar de país temos de viver em plenitude, não lamentar, é aproveitar o que temos e não queixarmo-nos que que não temos".

Noto que devo ter sido a primeira a dizer isto a ele, porque notei a cara dele do tipo "és a única Tuga que acha isso".

O Senhor, bem educado, acabava sempre as frases com "portugal é o melhor país para se viver, pena é não termos dinheiro". Na qual eu respondo, Portugal é o melhor país para se viver, se pagasse bem, se respeitasse horários de trabalho, se quisesse jovens para trabalhar e não para explorar, se voltássemos a sorrir, se deixássemos de dramas e futilidade, e se deixássemos de cobiçar o quintal do vizinho. Por isso, o melhor país para viver é (no meu caso) Moçambique. Apesar de estar constantemente a criticar e por vezes a gozar, gosto disto, gosto mesmo, só tenho pena que fique tão longe da minha família.

E pronto, um ano e quatro meses depois, dou por mim a defender Moçambique.




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